Sozinho, pai adota cinco irmãos para mantê-los juntos
Francisco Luis Koch deixou o coração falar mais alto

O desejo de ser pai acompanhava o empresário Francisco Luis Koch, de 48 anos, desde os 23. Solteiro e morador de São José, na Grande Florianópolis, ele viu na adoção uma forma de realizar esse sonho — e acabou formando uma família numerosa, sozinho. Hoje, é pai de cinco irmãos biológicos, todos adotados.
A trajetória começou em 2011, quando ele deu entrada no processo de adoção. Sem impor restrições quanto à idade, gênero ou condição de saúde das crianças, Francisco acolheu, em junho de 2012, Cristiano, então com 14 anos, e Cristiny, de 9.
Sete anos depois, em 2019, um novo capítulo se iniciaria. Convidado pela Justiça a conhecer Mayra, uma menina de 8 anos que vivia em um abrigo, descobriu que ela tinha dois irmãos: Andriw e Iago. Apesar das dificuldades financeiras, Francisco decidiu adotar os três para não separar o grupo.
"Quando fui almoçar naquele dia, decidi que adotaria os três. Não queria que os irmãos fossem separados. Sabia que teria que vender algumas coisas com frequência, porque minha renda não comportava cinco filhos, mas era a escolha certa", relembra.
Atualmente, Mayra, Andriw e Iago têm 16, 14 e 12 anos, respectivamente. Francisco, que nasceu em Curitiba (PR), afirma que, ainda próximo dos 30 anos, cogitava alternativas para ter filhos — entre elas, barriga de aluguel fora do país ou ter um filho com uma amiga. Mas optou pela adoção, por considerar o caminho mais justo.
Segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), o Brasil tem mais de 33 mil crianças e adolescentes acolhidos, mas a maioria dos 36 mil pretendentes cadastrados prefere adotar bebês, o que dificulta o processo para crianças mais velhas.
Francisco defende justamente o contrário: a importância de manter irmãos juntos e dar oportunidades a crianças maiores.
O vínculo sempre foi mais importante do que a idade. O amor não precisa de tempo para se formar, só precisa de espaço para existir. Crianças e adolescentes têm uma capacidade enorme de transformação — afirma.