Chega ao fim o júri de um dos crimes mais revoltantes do país

Chegou ao fim um dos Tribunais do Júri mais emblemáticos dos últimos tempos. Durante dois dias, as atenções se voltaram para o município de Pinhalzinho, no Oeste de Santa Catarina.

No banco dos réus, o responsável por interromper sonhos. A alguns metros dele, Promotores de Justiça carregando nos ombros a responsabilidade de atender ao clamor de toda a sociedade.

A sentença para o autor da chacina da creche Aquarela foi lida às 20h32 : 329 anos e quatro meses de condenação em regime fechado, por cinco homicídios triplamente qualificados - contra três crianças e duas mulheres, e outras 14 tentativas.

A acusação conseguiu, provar aos jurados que o acusado possuía plena capacidade mental e planejou o ataque minuciosamente ao longo de dez meses.

O condenado ainda terá que indenizar em R$ 500 mil as famílias das vítimas mortas. R$ 400 mil aos pais do bebê que sobreviveu e R$ 40 mil cada pessoa que teve a vida exposta, no atentado.

Após o encerramento, Fabiano Kipper Mai retornou ao Presídio Regional de Chapecó e o público voltou para casa mesclando emoção e alívio. 

Os pais de Fabiano que acompanharam o julgamento do início ao fim, sofreram abalo emocional. Ainda à tarde, eles foram levados ao hospital após passarem mal.

Por outro lado, as lágrimas de dor do público presente se misturaram a semblantes consolados pelo tão aguardado desfecho do caso, que mudou para sempre a rotina de uma pequena e acolhedora cidade, chamada Saudades.

O crime

Na manhã do dia 4 de maio de 2021, o jovem entrou no ambiente infantil e, com uma adaga – espécie de espada -, golpeou fatalmente as vítimas. Outra criança, com menos de dois anos, foi socorrida a tempo de se recuperar.

O episódio teve grande cobertura regional e nacional, pela impetuosidade que o envolvido demostrou ao escolher um berçário para cometer a maldade.