Réu permanece em silêncio ao ser interrogado
Ataque à creche é um dos mais trágicos do país
Relembrar os momentos de terror que viveram e presenciaram, dois anos e três meses após o massacre na creche de Saudades, no oeste catarinense, ainda mexe muito com a emoção. Os relatos das três vítimas ouvidas neste primeiro dia de julgamento do acusado de cinco mortes e outras 14 tentativas de homicídio misturaram tristeza e revolta. Foram nove pessoas que detalharam o ataque, o socorro imediato na escola e também as avaliações psiquiátricas feitas no réu.
Desde cedo, mesmo embaixo de chuva, se formou uma grande fila na frente do fórum. Eram interessados em acompanhar a sessão. Familiares e amigos das vítimas se manifestaram empunhando faixas e cartazes. Alguns grupos também utilizaram camisetas confeccionadas para a ocasião.
Depois da formação do conselho de sentença – composto de seis mulheres e um homem, por sorteio –, foram ouvidas três vítimas do ocorrido. Na sequência teve início a oitiva de testemunhas de acusação, duas presencialmente e uma online. A defesa ouviu duas testemunhas de maneira remota e outra presencial. Foram dispensadas três vítimas, cinco testemunhas de acusação e uma de defesa.
Outro ponto forte e muito aguardado foi o interrogatório do réu. Porém, o acusado exerceu o direito de permanecer em silêncio. Assim, a sessão foi encerrada às 21h e será retomada às 9h desta quinta-feira, dia 10/8, com debates iniciando pela explanação da acusação e em seguida da defesa.