PL consegue apoio de partidos da base de Lula e acelera projeto de anistia do 8 de janeiro
Com apoio de parlamentares do União Brasil, PP e PSD, requerimento de urgência é protocolado para votação em plenário

O Partido Liberal (PL) protocolou nesta segunda-feira (14) o pedido de urgência para levar à votação no plenário da Câmara dos Deputados o projeto de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. O requerimento, apresentado pelo líder do partido, deputado Sóstenes Cavalcante, reuniu 262 assinaturas válidas, cinco a mais do que o mínimo necessário.
A proposta pretende isentar de responsabilização o ex-presidente Jair Bolsonaro, seus aliados e os presos por envolvimento nos atos golpistas. Embora o projeto parta da oposição, o pedido de urgência contou com apoio significativo de partidos que compõem a base do governo Lula, inclusive de legendas que ocupam ministérios.
Entre os apoiadores, destacam-se parlamentares do União Brasil, Progressistas (PP) e PSD. No União Brasil, 40 dos 59 deputados (67,7%) assinaram o requerimento. No PP, o apoio veio de 35 dos 48 parlamentares (75%). Já no PSD, 23 dos 44 deputados (52,2%) também aderiram à iniciativa.
Inicialmente, o PL pretendia protocolar o pedido com 280 assinaturas, mas diante do risco de desistência de alguns parlamentares, a estratégia foi alterada. O partido finalizou o requerimento com 264 nomes, mas os de Sóstenes Cavalcante e do deputado Coronel Zucco (PL-RS) foram desconsiderados por serem líderes de bancadas — o que não é permitido pelas regras da Casa.
A movimentação acendeu o alerta no Palácio do Planalto, uma vez que o apoio expressivo de partidos da base governista ao projeto de anistia pode indicar dificuldades para o governo manter coesão em temas sensíveis. Agora, com o requerimento de urgência protocolado, a proposta pode ser pautada diretamente para votação no plenário.
Caso aprovada, a urgência acelera a tramitação do projeto, eliminando a necessidade de passar por comissões temáticas antes de ir a plenário. A expectativa é que o tema seja incluído na pauta nas próximas semanas, com potencial de gerar forte polarização política.