














Após vários anos de retração, a safra 2025/26 de milho em Santa Catarina começa com sinais de recuperação. A estimativa inicial aponta um aumento de 0,83% na área cultivada em relação ao ciclo anterior. A produtividade média projetada é de 8.735 quilos por hectare, o que poderá representar o segundo melhor desempenho da série histórica, já que a safra passada foi excepcional em rendimento.
Mesmo com uma expectativa de produtividade um pouco menor, a produção total deve alcançar 2,25 milhões de toneladas, volume inferior ao do último ciclo, mas ainda considerado positivo. Até o momento, cerca de 60% da área prevista já foi semeada no Estado. As chuvas regulares têm favorecido a germinação, mas o frio persistente e a baixa luminosidade vêm retardando o desenvolvimento das plantas na fase vegetativa.
O analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias, explica que a recuperação da área de milho no Estado está diretamente ligada ao bom desempenho da safra anterior.
“Tivemos uma produtividade recorde, de 9,7 toneladas por hectare na primeira safra, a melhor da série histórica em Santa Catarina. As condições climáticas foram muito favoráveis e a incidência da cigarrinha reduziu significativamente”, destacou Haroldo.
(Foto: Epagri)No mercado, o cenário segue de estabilização com leve tendência de alta, apesar da grande oferta da segunda safra brasileira e da colheita nos Estados Unidos. Segundo os analistas, a recuperação mais consistente dos valores dependerá do ritmo das exportações e da demanda interna para a produção de rações e etanol.
Haroldo lembra que os preços também contribuíram para o bom desempenho do setor.
“Os valores se mantiveram favoráveis até o início de abril, chegando a superar os R$70 por saca. Com a confirmação de boas safras no Brasil, na Argentina e, principalmente, nos Estados Unidos, houve um recuo — em julho e agosto os preços caíram para cerca de R$60, patamar que se mantém até hoje”, detalha o analista.
Em relação ao milho destinado à silagem, há previsão de aumento de 1,03% na área cultivada. Até o dia 10 de outubro, aproximadamente 63% das lavouras estimadas já estavam plantadas.
Embora o zoneamento agroclimático tenha permitido o início da semeadura em agosto no Extremo-Oeste e no Sul do Estado, as baixas temperaturas e a pouca luminosidade registradas em setembro e início de outubro atrasaram o plantio e o desenvolvimento inicial das lavouras.
(Foto: Magronada)