Histórias reais de quem viu a morte de perto, mas sobreviveu

O recente desastre com um Boeing da Air India, que matou mais de 240 pessoas na última quinta-feira (12), deixou apenas um sobrevivente — uma exceção em acidentes de grandes proporções. O caso reaviva histórias marcantes de quem escapou com vida de tragédias aéreas:

O mais recente milagre em Ahmedabad

Um Boeing 787-8 da Air India caiu 30 segundos após decolar do aeroporto de Ahmedabad, na Índia. Das 242 pessoas a bordo, apenas Vishwash Ramesh, de 40 anos, que estava na poltrona 11A, próxima à saída de emergência saiu salvo. Ele conseguiu escapar sozinho e foi encontrado caminhando com ferimentos leves. “Não sei como estou vivo”, disse.

Jeju Air: cauda salva dois da explosão

No fim de 2024, um 737-800 da Jeju Air saiu da pista e explodiu no aeroporto de Muan, Coreia do Sul. Dos 181 ocupantes, apenas dois ficaram vivos — ambos tripulantes. O comissário Lee, de 33 anos, e a comissária Koo, de 25, estavam na cauda da aeronave e foram retirados pelos bombeiros. Foi o pior acidente aéreo no país desde 1997.

Chapecoense: seis vidas em meio à tragédia

A queda do voo da LaMia, que levava a delegação da Chape para a final da Copa Sul-Americana em 2016, matou 71 pessoas. Seis sobreviveram: Alan Ruschel, Neto, Follmann (jogadores), o jornalista Rafael Henzel, o técnico da aeronave Erwin Tumiri e a comissária de bordo Ximena Suarez. A pane seca foi a causa da tragédia. O impacto aconteceu em silêncio, após o desligamento dos motores. Em 2019, o radialista Henzel morreu aos 45 anos, após sofrer um mal súbito durante partida de futebol.

Varig 820: fumaça no banheiro e um único passageiro salvo

Em 1973, um incêndio a bordo de um Boeing 707 da Varig matou 123 dos 134 ocupantes, próximo ao aeroporto de Orly, na França. A principal hipótese: uma ponta de cigarro jogada em uma lixeira. Apenas 11 sobreviveram — dez da tripulação e um passageiro, o brasileiro Ricardo Trajano. Ele perdeu os sentidos, mas foi resgatado com vida. O acidente levou a mudanças nas normas sobre segurança contra incêndios em aviões.

Cordilheira dos Andes: sobrevivência extrema

O voo 571 da Força Aérea Uruguaia caiu em 1972 na Cordilheira dos Andes com 45 pessoas. Dezesseis resistiram por 72 dias a temperaturas de até –30°C. Para não morrer de fome, recorreram à carne dos mortos. A história comoveu o mundo e inspirou filmes e livros. Em 2025, 14 dos sobreviventes seguem vivos e se reúnem com frequência.