Há sete anos, o Lar de Idosos de Pinhalzinho mantém viva uma tradição que tem transformado o Natal tanto de quem vive na instituição quanto de quem participa do gesto solidário. A ação convida a comunidade a “adotar” simbolicamente um morador, presenteando-o com itens simples — como rádios, maquiagem e bonecas — mas, segundo quem convive diariamente ali, o maior presente é a presença.
A responsável pelo lar, Janete Noss, conta que a iniciativa surgiu da necessidade de aproximar a comunidade e mostrar que pequenas demonstrações de afeto têm impacto profundo no bem-estar emocional para eles dentro da casa de apoio.
“É impressionante como um gesto simples muda o dia deles. Sentir-se lembrado faz toda a diferença. Muitos da comunidade ficam esperando as cartinhas ansiosamente”, afirma.
Entre as cerca de 40 pessoas que vivem no lar, o sentimento é unânime: o Natal ali ganha um brilho diferente. Onorina Alves, uma das moradoras, conta que cada visita “transforma o dia” e rompe a rotina. "Fiquei muito feliz com o que recebi no ano passado, e isso muda a forma com que encaramos a nossa vida", conta.
Alzira descreve os encontros como “luzes que acendem o coração”. Já Ester faz um pedido simples e poderoso: que o período do "bom velinho" seja menos sobre embrulhos e mais sobre presença, afeto e conversa olho no olho.
Estudos nacionais indicam que muito idosos acabam nestes locais porque a família não tem condições de cuidar deles em casa — mesmo quando a pessoa ainda poderia realizar algumas atividades básicas. Devido a idade, muitos apresentam dependência para atividades da vida diária (como higiene e alimentação), doenças crônicas ou demências diagnosticadas, como Alzheimer ou outras formas de demência — que exigem cuidados especializados.



