“A safra brasileira é bastante incerta”, analisa vice-presidente da Faesc

Perspectivas de produção e preços não são otimistas para os agricultores

Felipe Eduardo Zamboni
Por Felipe Eduardo Zamboni
02/01/2024, 19:56
Atualizado há 4 meses
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Safra em SC foi bastante prejudicada pelas chuvas nos meses de outubro e novembro (Foto: Embrapa)Safra em SC foi bastante prejudicada pelas chuvas nos meses de outubro e novembro (Foto: Embrapa)
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As perspectivas são bastante incertas, mas tudo aponta que o Brasil terá uma redução de produção de milho e de soja neste ano. Esta é a análise do vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, sobre a safra de 2023/2024. Os motivos são diversos, passam pelo excesso de chuva e vão até a retração mundial de consumo.

Em 2023 o Brasil assumiu a liderança de exportação de milho e bateu recorde. Foram produzidas mais de 130 milhões de toneladas e exportadas 56 milhões de toneladas do grão. Porém para esse ano a queda deve ser cerca de 20 milhões de toneladas, o que não significa que o preço possa subir segundo ele.

“Existem estimativas de que possa chegar na casa dos R$90, porém não passará do valor do milho internacional que chega aqui nos portos e hoje está mais ou menos nesse preço”, cita Barbieri.

Na soja também deverá haver uma queda em função da diminuição de adubo e o fato de o mercado internacional estar retraído, ou seja, não falta o produto. As expectativas da safra no início era colher cerca de 160 milhões de toneladas do grão, mas já está sendo vista uma quebra pelos analistas e esse número caiu para 145 milhões. Com isso, Barbieri diz que o agricultor terá que amargurar esses preços ou até menores.

“A safra brasileira é bastante incerta. O produtor não teve recursos na hora certa, não teve seguro e muita gente vai ficar endividada. Alguns vão colher bem, mas a maioria vai ficar em um meio termo ou ter uma colheita ruim. Claro que para o custeio os agricultores vão conseguir cobrir os custos, mas quem investiu terá dificuldades”, finalizou o vice-presidente da Faesc. 

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