As exportações brasileiras de carne bovina in natura atingiram um recorde histórico em setembro, totalizando 314,7 mil toneladas, informou nesta segunda-feira (06) a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume representa um crescimento de 25,1% em relação ao mesmo mês de 2024 e supera a marca anterior, registrada em julho deste ano, de 276,9 mil toneladas.
O desempenho do setor ocorre mesmo após os Estados Unidos aplicarem tarifas adicionais sobre a carne brasileira em agosto. A alíquota de 76,4% — resultado da soma de 50% sobre os 26,4% já existentes — reduziu o volume exportado ao país, mas não interrompeu totalmente os embarques, que passaram a incluir cortes de maior valor agregado e compromissos firmados previamente pelas empresas exportadoras, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
O crescimento nas exportações se deve à diversificação dos destinos. México e China foram destaques, com aumento das compras da proteína nacional, enquanto a demanda global pela carne bovina segue firme. Especialistas apontam que o mercado internacional passa por um rearranjo em razão das tarifas norte-americanas e também devido à baixa oferta de animais nos EUA.
Em agosto, o Brasil havia exportado 268,6 mil toneladas de carne bovina. O presidente da Abiec, Roberto Perosa, destacou na época que os embarques aos Estados Unidos cairiam para cerca de 7 mil toneladas, evidenciando o impacto das tarifas, mas reforçou a competitividade da carne brasileira no mercado internacional.
O país segue consolidado como maior exportador global de carne bovina, aproveitando o aumento da demanda em mercados estratégicos e a diversificação dos embarques para manter o crescimento das vendas externas.