Casal quer disputar guarda de boneca realista na Justiça
Advogada divulgou o caso inusitado na internet

Em Goiânia, um casal, após o fim do relacionamento, procurou a Justiça para disputar não a guarda de um filho biológico, mas de uma boneca reborn: um modelo hiper-realista, feito à mão, que imita com perfeição um recém-nascido. Para eles, não era apenas um objeto – era parte da família.
A história foi revelada pela advogada Suzana Ferreira, que compartilhou o episódio em suas redes sociais. Segundo ela, uma mulher a procurou, emocionada, dizendo-se “mãe” do objeto, e pediu ajuda para garantir na Justiça o direito de manter a posse dela, com quem teria desenvolvido um forte vínculo emocional.
Segundo a cliente, o ex-companheiro também demonstrava afeto intenso e queria ficar com a miniatura. Ambos alegavam laços emocionais profundos. O conflito não parava por aí: o perfil da boneca no Instagram, que já contava com seguidores e gerava receita com parcerias publicitárias, também estava em disputa.
Apesar de ter recusado a ação por entender que não havia base legal para tal pedido, Suzana Ferreira se sensibilizou. “É um retrato muito claro da forma como o afeto se transforma, como as pessoas se apegam. O Direito ainda não está pronto para isso. Mas o sofrimento dela era legítimo, embora a causa não fosse.”
Quando o afeto ultrapassa o físico
Custando entre R$ 3 mil e R$ 10 mil, esses brinquedos ocupam um lugar cada vez maior no coração dos brasileiros. Em maio, por exemplo, centenas de entusiastas se reuniram no Parque Ibirapuera, em São Paulo, para um evento de “mães reborn”. Carrinhos, mamadeiras, fraldas – tudo como se fossem bebês reais.