
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gravou na segunda-feira (28) um pronunciamento em alusão ao 1º de Maio, Dia do Trabalho. A fala do chefe do Executivo será transmitida em rede nacional de rádio e televisão na quinta-feira (1°) e marca a primeira vez, neste mandato, em que o presidente não participará presencialmente de eventos comemorativos da data.
A decisão de Lula é vista como um gesto simbólico às centrais sindicais, com as quais mantém relação histórica desde os tempos de líder sindical no ABC paulista. Apesar da ausência física, o governo busca manter o diálogo e sinalizar apoio às pautas dos trabalhadores por meio da exibição oficial do pronunciamento.
Em 2024, o evento do Dia do Trabalho foi realizado no estacionamento da Neo Química Arena, estádio do Corinthians, na zona leste de São Paulo. Segundo levantamento da Universidade de São Paulo (USP), a celebração contou com 1.635 pessoas, número considerado modesto frente às expectativas e à tradição do evento.
Neste ano, o receio de uma baixa mobilização popular e o contexto político às vésperas de 2026 — ano eleitoral — pesaram na decisão do presidente de não comparecer presencialmente às comemorações. A estratégia visa evitar desgastes à imagem do governo, principalmente em um momento em que enfrenta desafios econômicos e pressões por resultados mais concretos na agenda trabalhista.
A ausência de Lula em atos do 1º de Maio não significa, no entanto, o afastamento da pauta. O discurso gravado, conforme fontes do Planalto, destacará avanços obtidos nos direitos trabalhistas durante sua gestão, além de reafirmar o compromisso com a valorização do salário mínimo, geração de empregos e fortalecimento do diálogo social.
A expectativa é que o material tenha tom propositivo e mobilizador, buscando reforçar os laços com a base sindical e sensibilizar a população para os desafios do mundo do trabalho em um cenário de transformações econômicas e tecnológicas.