
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS, colocado entre parênteses por ser a sigla utilizada no texto fonte), o Conselhão, que inclua nas próximas reuniões o estudo sobre a redução da jornada de trabalho no Brasil. Em encontro realizado nesta quinta-feira (4), no Palácio do Itamaraty, ele voltou a defender o fim da escala 6 por 1, ressaltando que os avanços tecnológicos aumentaram a produtividade, mas não melhoraram as condições dos trabalhadores.
Lula citou exemplos da indústria automotiva para ilustrar a discrepância entre produção e emprego, dizendo que a tecnologia reduziu drasticamente o número de trabalhadores, sem que isso tivesse levado à diminuição das horas semanais. Ele afirmou que a redução de 44 para 40 horas não traria prejuízo ao país e lembrou que uma Proposta de Emenda à Constituição está em análise no Congresso.
O presidente também cobrou do Conselhão sugestões mais duras de combate a crimes como feminicídio e pedofilia. Ao mencionar casos recentes de violência contra mulheres, ressaltou a necessidade de medidas mais rigorosas para punir os agressores.
No campo econômico, Lula voltou a criticar o tratamento dado aos investimentos públicos, afirmando que gastos em áreas como saúde, educação e meio ambiente devem ser entendidos como investimentos. Ele apontou que críticas relacionadas ao déficit fiscal partem principalmente do mercado financeiro, citando a Faria Lima, e defendeu que a discussão considere as necessidades sociais do país.
Lula também comentou a derrubada dos vetos presidenciais ao projeto que flexibiliza regras de licenciamento ambiental, alertando que a medida pode prejudicar exportações do agronegócio. Segundo ele, países como China e membros da União Europeia podem limitar compras de produtos brasileiros caso entendam que houve retrocesso ambiental.
Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, no Palácio Itamaraty (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o atual governo terá um déficit 70% menor do que o da gestão anterior e destacou que a inflação acumulada no mandato será a menor da história. Ele afirmou que o Brasil se tornou o segundo destino global de investimentos estrangeiros devido à transparência e ao respeito a padrões internacionais.







