
O governo federal reconheceu em caráter sumário a situação de calamidade pública em Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, após o tornado que atingiu o município na sexta-feira (07) com ventos que chegaram a 250 km/h. O fenômeno climático deixou seis mortos, ao menos 750 feridos e destruiu grande parte da área urbana, que tem cerca de 14 mil habitantes.
Segundo levantamento inicial, 90 por cento da cidade foi impactada, com casas, comércios, escolas e unidades de saúde danificados. Até agora, foram aprovados dois planos de trabalho que somam R$25 milhões, via Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e Defesa Civil Nacional, para a reconstrução de cinco edificações públicas.
O valor será destinado ao reparo de infraestruturas danificadas, à recuperação do terminal rodoviário, do barracão municipal de maquinários e do centro cultural. Um primeiro repasse contemplou a reconstrução de uma escola e de um ginásio municipais. Nesta quarta feira, 12, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) solicitou prioridade no empenho dos recursos em favor da prefeitura. Após o empenho, o município terá 180 dias para apresentar projetos e realizar licitações.
No setor de energia, o Ministério de Minas e Energia coordena o restabelecimento do fornecimento. Em 99% das residências, comércios e indústrias, a energia já foi retomada. O tornado deixou inicialmente 90 mil unidades consumidoras sem luz em 18 municípios. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) atua para manter o acesso aos serviços de internet e telefonia. Operadoras como Vivo e Claro reportaram normalização e a Tim habilitou o serviço de roaming para 24 municípios da região.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) forneceram 1.500 cestas de alimentos de 25 quilos às famílias afetadas, além de outras 750 cestas destinadas a uma cozinha solidária que distribui marmitas em Rio Bonito do Iguaçu e Laranjeiras do Sul. Há ainda a previsão de ampliação das entregas conforme a necessidade.
Na área da saúde, o Ministério da Saúde enviou equipes da Força Nacional do Sistema Único de Saúde. O trabalho inclui a recomposição da rede local, o mapeamento de comunidades vulneráveis, a oferta de apoio psicológico e o envio de kits de medicamentos e insumos suficientes para atender até três mil pessoas durante um mês. A Vigilância em Saúde dos Riscos Associados aos Desastres atua na identificação de danos e na gestão da emergência sanitária.
O MDS mantém equipes técnicas no município para organizar abrigos provisórios, cadastrar famílias atingidas e reforçar a rede municipal de assistência social. As ações incluem a distribuição de alimentos, o apoio à segurança alimentar, a unificação do calendário de pagamento do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada, além do repasse de recursos para acolhimento de pessoas desabrigadas.
O Ministério da Educação estudará uma nova data do Enem para estudantes que não puderam realizar as provas devido ao tornado. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) analisa pedidos de duas creches, 14 ônibus escolares, livros didáticos e veículos para transporte escolar.
A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional publicou portaria que suspende por quatro meses a cobrança da dívida ativa da União. A Receita Federal prorrogou prazos de pagamento de tributos federais aos contribuintes do município. A Caixa Econômica Federal atua na liberação do saque FGTS Calamidade e enviou uma unidade móvel para atendimento na Igreja Matriz, além de distribuir kits para cadastramento biométrico.
O Ministério do Trabalho e Emprego autorizou parcelas adicionais do seguro desemprego para trabalhadores afetados. O recolhimento do FGTS por empregadores locais está suspenso e poderá ser regularizado em seis parcelas. A Previdência Social e o INSS trabalham na antecipação de benefícios e utilizam a agência de Laranjeiras do Sul para priorizar análises e agilizar pagamentos.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) realizou um levantamento nos assentamentos e acampamentos da região, registrando prejuízos em residências, lavouras, estruturas comunitárias e criação de animais.



