Operação descobre uso de soda cáustica em fábrica de leite

'Mago' foi novamente preso pela suspeita de adulterar laticínios

Henrique Paulo
Por Henrique Paulo
11/12/2024, 18:35
Atualizado há 9 dias
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Ação aconteceu no Rio Grande do Sul (Foto: Divulgação / Ministério Público)Ação aconteceu no Rio Grande do Sul (Foto: Divulgação / Ministério Público)

Quase 12 anos depois da primeira fase, o Ministério Público do Rio Grande do Sul deflagrou nesta quarta-feira, 11, a Operação Leite Compensado 13 e, desta vez, prendendo novamente o químico industrial conhecido entre os fraudadores como o “alquimista” ou o “mago do leite”.

Por meio das Promotorias Especializadas Criminais de Porto Alegre e de Defesa do Consumidor, foi identificada a produção de derivados lácteos – leite UHT, composto, leite em pó, soro, entre outros –, em uma indústria no município de Taquara, com adição de soda cáustica e outros produtos nocivos à saúde, como água oxigenada. Além disso, foram detectados “pelos indefinidos” e pontos de sujeira dentro de embalagens.

Com isso, 110 agentes cumpriram quatro mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em empresas e residências. O laticínio, conforme a apuração, o contratou para assessorar na produção. Foram presos o químico, o sócio-proprietário da indústria, em São Paulo, e dois gerentes.

LOTES E DISTRIBUIÇÃO

Os promotores Mauro Rockenbach e Alcindo Bastos ressaltam que os produtos da indústria de Taquara são distribuídos não só para todo Rio Grande do Sul, mas para todo o Brasil e até para a Venezuela. Além disso, a fábrica já venceu e participa de várias licitações em muitas partes do país para fornecimento de laticínios.

Em relação às marcas, a Justiça não autorizou, por enquanto, a divulgação. Sobre os lotes, o órgão informa que, apesar de análises iniciais terem detectado substâncias nocivas à saúde humana e demais sujeiras ou pelos indefinidos, com o aprimoramento da fórmula, são aguardados exames mais detalhados para determinar exatamente os que estão contaminados.

PRESOS

Quatro pessoas foram presas no estado gaúcho em cumprimento de mandado de prisão preventiva, sendo que o diretor administrativo da empresa também foi flagrado com uma arma de fogo, com numeração raspada.

Uma funcionária também foi presa, na fábrica, em flagrante, por embaraço de investigação de organizações criminosas por estar avisando outros colegas por mensagem para esconderem celulares. Houve também uma prisão em São José do Rio Preto.

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