Cunhataí, Irati e Tigrinhos: cidades catarinenses onde todos têm religião

Enquanto cresce em todo o país o número de brasileiros que se declaram sem religião, 28 municípios se destacam por seguir o caminho oposto, todos os seus habitantes afirmaram pertencer a alguma crença. Os dados são do Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE, e mostra que dessas cidades, oito estão em Santa Catarina.

Entre os destaques catarinenses estão Cunhataí, Irati e Tigrinhos, pequenos municípios do Oeste do estado, onde ninguém se declarou ateu, agnóstico ou sem religião.

Em Cunhataí, com população de 1.968 habitantes, 80,4% são católicos, 8,1% evangélicos e 11,5% seguem outras religiões. Já em Irati, que tem 2.069 moradores, 75,9% são católicos, 10,6% evangélicos e 13,5% de outras crenças. Tigrinhos, com 2.329 habitantes, apresenta o maior percentual de evangélicos entre as três cidades: 23,4%, enquanto os católicos representam 62,5% e os seguidores de outras religiões, 14,1%.

Além dessas, as cidades de Iomerê, Lajeado Grande, Peritiba, Presidente Castello Branco e Xavantina também integram a lista dos municípios catarinenses com 100% da população religiosa.

A predominância da fé nesses locais contrasta com o crescimento expressivo do grupo “sem religião” em Santa Catarina. Atualmente, 6,3% da população estadual se declara sem vínculo religioso, um aumento de 58,4% em relação a 2010, quando o índice era de 3,2%. Em números absolutos, isso representa mais 245,4 mil pessoas.

Apesar disso, a religião católica ainda lidera no estado, com 64,3% da população, totalizando um acréscimo de 307,9 mil fiéis nos últimos 12 anos. Os evangélicos também cresceram, saltando de 19,6% para 23,4% da população, com 498 mil novos seguidores desde o último Censo.

Santa Catarina é o segundo estado com mais municípios onde ninguém se declarou sem religião, atrás apenas do Rio Grande do Sul, que tem 11 cidades nesse perfil. A maior concentração dessas cidades está no Sul do país (20 no total), seguido pelo Nordeste (6) e Sudeste (2).

Os dados refletem não só a diversidade religiosa brasileira, mas também como algumas regiões preservam tradições culturais e espirituais enraizadas em suas comunidades.