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Brasileira tem a pior dor do mundo e luta para reduzir sofrimento

Carolina já passou por 70 médicos e testou mais de 50 remédios

Henrique Paulo
Por Henrique Paulo
06/08/2024, 14:14
Atualizado há 2 meses
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Jovem segue hospitalizada em Minas Gerais (Foto: Arquivo pessoal)Jovem segue hospitalizada em Minas Gerais (Foto: Arquivo pessoal)

Uma notícia comoveu o Brasil nos últimos dias: a jovem de 27 anos, Carolina Arruda, que sofre de neuralgia do trigêmeo, considerada a “a pior do mundo”, foi internada na Clínica da Dor da Santa Casa de Alfenas para passar por tratamento que busca reduzir as dores constantes e intensas que sente. 

Carolina mora em Bambuí/MG, e é estudante de medicina veterinária. Casada há três anos e mãe de uma menina de 10, Carolina começou a sentir as dores aos 16 anos, quando estava grávida e se recuperava de dengue. 

O diagnóstico do problema foi feito há 7 anos pelo neurocirurgião Marcelo Senna, que tem mais de 30 anos de experiência com a neuralgia do trigêmeo. A doença não tem cura, apenas tratamentos paliativos, e é bastante rara, atingindo 4,5 pessoas a cada 100 mil. 

Carolina já passou por 4 procedimentos, 70 médicos e mais de 50 remédios testados, e hoje, além de canabidiol, faz uso de 10 medicamentos por dia, entre antidepressivos, anticonvulsivos, opioides e relaxantes musculares. A paciente relatou que também aplica botox a cada quatro meses no músculo temporal e masseter (um dos quatro músculos da mastigação), que deixa a dor cerca de 5% menos intensa. 

A mineira sente um desconforto dilacerante, espécie de choque elétrico durante a crise, que ocasiona dor aguda e a leva a um quadro incapacitante, impedindo tarefas básicas de seu dia a dia, como fazer compras, lavar louça e brincar com a própria filha. O quadro é tão intenso que levou a jovem a buscar e lutar pela eutanásia, a fim de colocar um ponto final no seu sofrimento. 

Proibição no Brasil

No Brasil a eutanásia é proibida, é crime. Isso fez com a Carolina criasse uma campanha para arrecadar fundos para custear o procedimento na Suíça. Lá é um dos poucos países do mundo onde essa prática é legal. Mas para isso os pacientes precisam fornecer provas da condição médica, passar por avaliações psiquiátricas. Além disso, devem demonstrar um desejo claro e consistente de pôr fim à vida. 

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