Bolsonaro tenta reverter inelegibilidade: “Ainda não acabou”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na última quarta-feira (14) que uma eventual condenação no Supremo Tribunal Federal (STF) significaria o fim de sua carreira política e também considerou a possibilidade de prisão uma "pena de morte política e física", ressaltando que tentará reverter sua inelegibilidade "até o último segundo".

“Se eu for condenado, acabou. Estou com 70 anos de idade. Não tenho mais tempo”, declarou em entrevista ao portal UOL.

O ex-mandatário nacional tornou-se réu no STF no fim de março, acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado entre o final de 2022 e o início de 2023. A denúncia foi acolhida por unanimidade pelos ministros da 1ª Turma da Corte. O relator, Alexandre de Moraes, destacou que há indícios de que Bolsonaro atacou a credibilidade das urnas e participou da elaboração de uma minuta golpista.

A ação penal está na fase de instrução processual, com depoimentos marcados entre 19 de maio e 2 de junho. Apesar da situação judicial, Bolsonaro mantém esperança em disputar a Presidência em 2026. Segundo ele, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, compartilha dessa visão.

“Acredito em milagre, acredito em Deus e que algo possa mudar. O Valdemar tem dito que o candidato até os 48 [minutos] do 2º tempo é o Bolsonaro”, comentou ele.

Ao ser questionado sobre um eventual sucessor, Bolsonaro evitou se comprometer, mas fez elogios ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado seu herdeiro político. “Tenho uma dívida de gratidão com ele”, disse, embora tenha evitado confirmar apoio. O ex-presidente afirmou que o momento é de aguardar os desdobramentos judiciais antes de qualquer decisão.