Mobilização nacional busca ampliar diagnóstico e tratamento do glaucoma no SUS
Especialistas alertam que doença ameaça visão silenciosamente

Quase 10 milhões de exames específicos para diagnóstico de glaucoma foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2019 e 2024, refletindo um aumento de 63% no volume de atendimentos em cinco anos. O número de exames subiu de 1.377.397 em 2019 para 2.251.284 em 2024.
Apesar do avanço, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta que o crescimento não foi homogêneo em todo o país, revelando disparidades preocupantes. De acordo com levantamento da entidade, o Sudeste lidera a expansão, com um aumento de 116% nos exames realizados. Já o Nordeste registrou um crescimento de apenas 24%, o menor entre as regiões.
No ranking dos estados com maior volume acumulado de exames realizados no período, São Paulo está à frente, com 2.689.770 procedimentos. Em seguida aparecem Rio Grande do Sul, com 1.822.862, e Pernambuco, com 1.155.862 exames.
Em Santa Catarina, entre 2023 e 2024, o estado realizou 183.162 cirurgias oftalmológicas, um recorde histórico que inclui procedimentos relacionados ao tratamento do glaucoma. Esse número representa um crescimento de 120% em relação a 2018, quando foram realizadas 49.495 cirurgias. A projeção para 2025 é de um aumento ainda maior.
O que é o glaucoma?
O glaucoma é uma doença ocular silenciosa e perigosa. Ele danifica o nervo óptico, que transmite imagens dos olhos para o cérebro, geralmente devido ao aumento da pressão intraocular. Se não for tratado a tempo, pode levar à perda irreversível da visão.
“O grande desafio do glaucoma é sua progressão silenciosa. Na maioria das vezes, ele não apresenta sintomas nas fases iniciais. Quando o paciente percebe que algo está errado, parte da visão já foi perdida – e o que foi perdido não pode ser recuperado”, explica o CBO.
Como prevenir e cuidar
A melhor forma de prevenir a cegueira causada pelo glaucoma é realizar consultas oftalmológicas regulares, principalmente para pessoas acima dos 40 anos ou com histórico familiar da doença. O diagnóstico precoce permite iniciar o tratamento antes que a visão seja comprometida.
O tratamento pode incluir colírios, medicamentos orais, cirurgia ou procedimentos a laser. Manter o acompanhamento médico é essencial para controlar a pressão ocular e evitar a progressão do dano ao nervo óptico.
Além disso, o uso de medicamentos deve ser sempre orientado por um profissional de saúde. A automedicação pode agravar o quadro e comprometer o sucesso do tratamento.
O que fazer?
- Consulte um oftalmologista regularmente, especialmente se tiver mais de 40 anos ou histórico familiar de glaucoma;
- Fique atento à pressão intraocular, mesmo que não apresente sintomas;
- Evite automedicação. Use colírios ou medicamentos apenas com prescrição médica;
- Informe-se sobre os seus direitos como paciente no SUS.