Autor de massacre em creche de Saudades deverá ir a júri popular

O julgamento ainda não tem data para acontecer; decisão é da Justiça

Henrique Paulo
Por Henrique Paulo
14/10/2022, 17:48
Atualizado há cerca de 2 anos
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Acusado saindo de audiência judicial em Pinhalzinho (Foto: Henrique Paulo Koch)Acusado saindo de audiência judicial em Pinhalzinho (Foto: Henrique Paulo Koch)

Em decisão publicada o juiz de Direito em Pinhalzinho, Caio Lemgruber Taborda, pronunciou o acusado de ter cometido uma chacina na creche Aquarela no município de Saudades, no Oeste catarinense. Dessa maneira, o agressor torna-se réu e deve ir a júri popular, ainda sem data definida para acontecer. 

No documento, o magistrado apontou que “mesmo que não se possa afirmar com asserção que [nome do acusado] soubesse de todas as pessoas que estavam no local, isto não inibe o reconhecimento dos indícios de autoria e dolo na sua conduta, eis que o réu teria, com animus necandi, externado de forma idônea e inequívoca a intenção em ceifar a vida das pessoas que estavam no interior daquelas salas. Ao que tudo indica, [nome do acusado] não possuía vítima determinada, ao contrário, agiu de forma a ceifar a vida de qualquer pessoa que cruzasse seu caminho naquela ocasião e o fato de desconhecer quais e quantas pessoas estavam dentro das salas não leva à sua absolvição ou impronúncia”. 

Outro trecho da decisão, composta por 117 páginas, reforça que “[...] os depoimentos das testemunhas, somadas ao relatório do boletim de ocorrência e relatórios dos dados extraídos dos aparelhos eletrônicos do acusado anteriormente detalhados, autorizam a realização de juízo positivo e da existência de indícios suficientes da prática delitiva, possibilitando a pronúncia em relação aos fatos praticados em desfavor das vítimas”. 

Todas as qualificadoras foram consideradas e serão levadas ao julgamento, são elas: motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas. Fabiano foi denunciado por 19 crimes de homicídio, entre consumados e tentados, todos qualificados. O acusado foi ouvido presencialmente em agosto do ano passado, e teve a escolta de vários policiais militares e agentes penitenciários do Sistema Penal.

Forte esquema de segurança é montado para que réu fosse ouvido presencialmente (Foto: Henrique Paulo Koch)

Na manhã do dia quatro de maio de 2021, ele entrou em uma escola infantil e, com uma adaga - espécie de espada -, golpeou fatalmente duas professoras e três bebês. Outra criança, também com menos de dois anos, foi socorrida a tempo de se recuperar.

 

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