Rádio Centro Oeste

Cartilha alerta para os cuidados com a saúde ocular infantil

Publicação do Conselho Brasileiro de Oftalmologia orienta sobre prevenção, sinais de alerta e riscos associados ao uso excessivo de telas por crianças

Felipe Eduardo
Por Felipe Eduardo
04/08/2025, 15:49
Atualizado há 1 dia
WhatsappFacebookTwitterTelegram
Cartilha sobre saúde ocular na infância orienta pais e professores (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)Cartilha sobre saúde ocular na infância orienta pais e professores (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) lançaram nesta segunda-feira (4) a cartilha Saúde Ocular na Infância. O material traz orientações práticas para familiares e educadores, especialmente neste retorno às aulas, com foco na prevenção de problemas de visão em crianças e adolescentes.

A cartilha é dividida em seis seções que tratam desde o desenvolvimento visual dos bebês até os cuidados com problemas comuns, como conjuntivite, terçol e obstrução do canal lacrimal. Também há orientações sobre quando procurar um oftalmologista, uso adequado de óculos e lentes de contato, e cuidados durante atividades manuais para evitar acidentes.

Entre os destaques do conteúdo estão os efeitos do uso excessivo de telas. O CBO recomenda que crianças com menos de 2 anos evitem o contato com dispositivos eletrônicos e que adolescentes não ultrapassem três horas diárias. A regra 20-20-20 — a cada 20 minutos de tela, olhar para algo a 6 metros por 20 segundos — é sugerida para aliviar o esforço visual.

Outro ponto de atenção são os acidentes domésticos. A cartilha sugere o uso de óculos de proteção em atividades manuais e cuidado com objetos cortantes e produtos químicos. Crianças que usam óculos ou lentes devem ter acompanhamento oftalmológico periódico para ajustes e segurança.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 80% dos casos de cegueira infantil poderiam ser prevenidos ou tratados com diagnóstico precoce. Problemas como miopia, hipermetropia e astigmatismo podem atingir até 18% das crianças, dependendo da região, e se não tratados, evoluir para perda severa da visão.

O CBO também orienta pais e professores a ficarem atentos a sinais como dificuldade para enxergar a lousa, dores de cabeça frequentes e uso excessivo de telas de perto. Marcos visuais como fixação do olhar no primeiro mês, acompanhamento de objetos aos 3 meses e reconhecimento de rostos aos 9 meses também ajudam a identificar possíveis problemas.

Mesmo na ausência de sintomas, o exame oftalmológico completo é recomendado duas vezes na infância, entre 6 e 12 meses de idade e entre 3 e 5 anos. O desalinhamento ocular frequente ou intermitente após os 4 a 6 meses pode indicar estrabismo e também merece avaliação médica especializada.

Relacionadas:

Ouça ao vivo