Rádio Centro Oeste

Neta some com R$ 200 mil do avô e joga culpa no Lula

Familiar criou histórias para pegar dinheiro da conta, detalhou investigação

Henrique Paulo
Por Henrique Paulo
26/05/2025, 18:58
Atualizado há 2 dias
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Neta é investigada pelo sumiço do dinheiro (Foto: Ilustração)Neta é investigada pelo sumiço do dinheiro (Foto: Ilustração)

Uma mulher de 35 anos é investigada por desviar cerca de R$ 200 mil das contas do próprio avô, de 87 anos, em Ponta Grossa, no Paraná. Segundo a Polícia Civil, a suspeita controlava as finanças do idoso e se aproveitava da confiança da família para aplicar os golpes ao longo de vários anos.

De acordo com o delegado Gabriel Munhoz, responsável pela investigação, a familiar repassava apenas parte do valor da aposentadoria mensal ao avô e alegava que o restante estava "guardado". Em uma das ocasiões, quando questionada pelo idoso sobre o pagamento do 13º salário, ela teria dito que "o Lula tinha cortado", numa tentativa de justificar o sumiço do valor.

— Ela agia com dolo e total desprezo pelo avô. Além de reter os valores da aposentadoria, também se apropriou de quantias oriundas de um precatório — afirmou a autoridade.

Criação de personagem fictícia

As investigações apontam que a mulher também criou uma personagem fictícia, identificada como “Jéssica”, que se apresentava como funcionária da Caixa Econômica Federal. Ela usava o falso contato para convencer o senhor de que havia bloqueios na conta e justificar movimentações financeiras.

Além disso, a suspeita abriu contas bancárias e contratou empréstimos em nome do morador, sem autorização. O caso começou a ser descoberto quando o filho da vítima notou que o IPVA do carro do pai estava atrasado há três anos, mesmo após ele ter entregue dinheiro à neta para o pagamento.

Valores desviados

Segundo a Polícia Civil, aproximadamente R$ 72 mil foram desviados diretamente da aposentadoria da vítima. Outros R$ 109 mil teriam sido retirados de um total de R$ 123,8 mil recebidos por ele como pagamento de um precatório. Apenas R$ 14 mil chegaram efetivamente ao idoso.

— Ela dizia que os valores estavam investidos ou bloqueados, mas na verdade ia sacando aos poucos — explicou Munhoz.

Indiciamento

A mulher foi indiciada por estelionato majorado, por ter sido cometido contra pessoa da terceira idade, e também por prática continuada do crime. A pena pode chegar a 10 anos de prisão. A investigada vai responder em liberdade. Em depoimento, negou os crimes.

 

 

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