Ex-prefeito de Lages é condenado por Operação Mensageiro
Antônio Ceron e ex-secretários poderão recorrer da decisão em liberdade

O ex-prefeito de Lages, Antônio Ceron, foi condenado nesta quinta-feira (27) pelos crimes de organização criminosa e corrupção passiva. A decisão da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) estabeleceu pena de nove anos, oito meses e 20 dias de reclusão em regime inicial fechado.
Além de Ceron, os ex-secretários municipais Eroni Delfes Rodrigues e Antonio Cesar Alves de Arruda também foram condenados pelos mesmos crimes, recebendo penas de 24 anos e um mês de prisão cada. Todos os três poderão recorrer em liberdade.
A condenação ocorreu por unanimidade, com o voto da relatora, desembargadora Cinthia Bittencourt Schaefer, sendo seguido pelos demais magistrados da 5ª Câmara. A sessão, que começou pela manhã com a defesa dos acusados, foi concluída à tarde com a leitura do voto.
Outros seis réus receberam penas que variam de sete a 12 anos de reclusão. Entre eles, o empresário Odair José Mannrich, dono da Serrana Engenharia, condenado a 12 anos e sete meses por corrupção ativa. Márcio Pires de Moares, Jones Rodrigo Gauger, David do Prado e Cristiane Ruon dos Santos foram sentenciados a 11 anos, enquanto Altevir Seidl recebeu sete anos e 10 meses. Os seis firmaram acordos de colaboração premiada.
Do total de 11 acusados, dois foram absolvidos: Keller Schulze Santos Bacci e Felipe Schroeder dos Anjos.
As condenações resultam das investigações da Operação Mensageiro, deflagrada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) para apurar um esquema de corrupção em contratos públicos. A operação revelou um amplo esquema de pagamento de propinas envolvendo empresas do setor de coleta de lixo, abastecimento de água e iluminação pública, que pagavam vantagens indevidas a agentes públicos em troca de contratos superfaturados. Desde 2022, a investigação já resultou na prisão de prefeitos, ex-prefeitos, secretários municipais e empresários em várias cidades catarinenses.