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Famílias voltam a se endividar e comprometem 27% da renda

A recomendação para os consumidores é cautela

Gilmar Bortese
Por Gilmar Bortese
19/05/2025, 17:44
Atualizado há 1 dia
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Governo federal avalia retomar novas fases do programa Desenrola para mitigar os efeitos dessa nova onda de endividamento (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)Governo federal avalia retomar novas fases do programa Desenrola para mitigar os efeitos dessa nova onda de endividamento (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O comprometimento do orçamento das famílias brasileiras com dívidas voltou a aumentar e já se aproxima dos níveis observados antes do lançamento do programa Desenrola, iniciativa do governo federal criada em 2023 para combater o elevado endividamento da população. Segundo dados divulgados pelo Banco Central, em fevereiro deste ano, 27,2% da renda das famílias foi destinada ao pagamento de dívidas — maior patamar desde julho de 2023 (27,3%), quando o Desenrola teve sua primeira fase iniciada.

A retomada da trajetória de alta do endividamento ficou mais evidente a partir de dezembro de 2024. Economistas apontam que o agravamento da situação está ligado a dois fatores principais: o aumento da concessão de crédito no segundo semestre do ano passado e a elevação da taxa básica de juros (Selic), que subiu de 10,5% para 14,75% ao ano no intervalo de 12 meses — o maior nível em quase 20 anos.

Diante das dificuldades, os brasileiros acabam recorrendo a modalidades de crédito mais onerosas, como o cheque especial, o rotativo do cartão de crédito e o crédito pessoal não consignado. Essas formas de financiamento têm juros significativamente mais altos, o que compromete ainda mais o orçamento doméstico.

A recomendação para os consumidores é cautela. Em um ambiente de juros altos, planejamento financeiro e renegociação de dívidas antigas se tornam ainda mais essenciais para evitar o colapso orçamentário.

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