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Banco Central eleva Selic para 14,75% ao ano, maior nível desde 2006

Com inflação persistente e incertezas globais, Copom adota cautela e mantém juros altos para conter preços

Felipe Eduardo
Por Felipe Eduardo
08/05/2025, 09:47
Atualizado há 1 dia
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Taxa Selic sobe para maior nível em 19 anos (Foto: Marcello Casal Jr)Taxa Selic sobe para maior nível em 19 anos (Foto: Marcello Casal Jr)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta quarta-feira (07) a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano, marcando a sexta alta consecutiva. O aumento, que era esperado pelo mercado financeiro, levou os juros básicos ao maior patamar desde agosto de 2006. A decisão ocorre em meio à alta nos preços de alimentos e energia, além das incertezas no cenário econômico global.

Em comunicado, o Copom reforçou que o ambiente de incerteza exige prudência e flexibilidade nas próximas decisões, sem antecipar se haverá novos aumentos na reunião de junho. O texto destacou que os impactos das altas anteriores ainda estão em curso e que os dados de inflação serão fundamentais para as próximas medidas.

A Selic é o principal instrumento para controlar a inflação oficial, medida pelo IPCA. Em abril, o IPCA-15 registrou alta de 0,43%, acumulando 5,49% em 12 meses, acima do teto da meta de 4,5%. O Banco Central prevê que o IPCA chegue a 4,8% em 2025 e 3,6% no fim de 2026, enquanto as previsões do mercado indicam inflação de 5,53% ainda este ano, segundo o boletim Focus.

O ciclo de alta começou em setembro do ano passado, após a Selic ficar em 10,5% por três meses, e avançou com sucessivos aumentos. O objetivo é conter a inflação, já que juros mais altos tornam o crédito mais caro, desestimulando o consumo e reduzindo a pressão sobre os preços.

Por outro lado, a política monetária restritiva também freia o crescimento econômico. O Banco Central reduziu sua previsão de expansão do PIB para 1,9% em 2025, enquanto o mercado projeta um crescimento de cerca de 2%.

A Selic funciona como referência para todas as taxas de juros da economia, afetando diretamente o custo do crédito, a produção e o consumo. Para que os juros voltem a cair, o Banco Central precisa ter confiança de que a inflação está sob controle e os preços não correm risco de disparar novamente.

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