Programa Energia Boa atrai bilhões em investimentos e desperta interesse no Oeste de SC
Programa já conta com mais de 120 projetos cadastrados e pode movimentar até R$ 13 bilhões em geração de energia limpa

Lançado em 2024 pelo Governo de Santa Catarina, o Programa Energia Boa já supera as expectativas iniciais e se consolida como uma das principais iniciativas públicas para destravar investimentos no setor energético. Com mais de 120 projetos cadastrados, a primeira fase do programa deve viabilizar cerca de R$3 bilhões em aportes privados. A longo prazo, o investimento pode chegar a R$13 bilhões e garantir a geração de até 1,3 gigawatt (GW) de energia elétrica limpa.
“O Energia Boa é pioneiro no Brasil e dá mais segurança energética para Santa Catarina. Nossa economia, especialmente a indústria, cresce acima da média nacional, e garantir energia suficiente é essencial para manter esse ritmo de forma sustentável”, afirmou o governador Jorginho Mello.
O programa promove uma cooperação entre os setores público e privado. Enquanto o Estado, por meio da Celesc, investe em subestações e redes de transmissão, o setor privado é responsável por construir as unidades geradoras. Essa sinergia garante a integração das novas fontes de energia à malha elétrica, viabilizando projetos que antes esbarravam em gargalos de infraestrutura.
Na primeira etapa, os investimentos se concentram nas regiões do Planalto Serrano e Meio-Oeste, onde a Celesc aplicará R$570 milhões para destravar R$3 bilhões em aportes privados. No entanto, a Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Serviço (Sicos) já recebeu manifestações de interesse de outras regiões, com destaque para o Grande Oeste, que começa a se posicionar como novo polo de expansão energética no estado.
A maioria dos projetos é voltada à construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), aproveitando o potencial hídrico catarinense. Também há propostas de usinas solares, eólicas e de biomassa, evidenciando a diversidade de fontes renováveis consideradas pelo programa.
A expansão do consumo de energia no estado reforça a necessidade dos investimentos. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o consumo em Santa Catarina cresceu 4,5% nos últimos 12 meses, mais que o dobro da média nacional (2,1%). O aumento é puxado especialmente por grandes consumidores do mercado livre.