Banco Central sinaliza fim da alta dos juros, mas taxas só devem diminuir a partir de janeiro
Com taxa Selic no maior nível em 20 anos, BC reforça manutenção de juros elevados e monitora impacto do petróleo na economia brasileira

O Banco Central (BC) indicou nesta terça-feira (24) que poderá interromper o ciclo de aumento da taxa básica de juros, iniciado nos últimos meses para conter a inflação. A sinalização consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na semana passada, quando a Selic foi elevada de 14,75% para 15% ao ano.
Essa foi a sétima alta consecutiva, levando os juros ao maior patamar em duas décadas. Além disso, a taxa brasileira é atualmente a segunda maior do mundo em termos reais (descontada a inflação), o que reforça o ambiente de aperto monetário prolongado.
De acordo com o documento, o BC avalia que “ainda é cedo para vislumbrar” os possíveis impactos do conflito no Oriente Médio, especialmente sobre o preço do petróleo, fator que pode gerar novas pressões inflacionárias no Brasil.
“A economia doméstica parece menos afetada pelas recentes tarifas do que outros países, mas é impactada por um cenário global adverso”, destacou o Comitê.
O conflito se intensificou nas últimas semanas, com ataques dos Estados Unidos e de Israel contra alvos no Irã, o que gerou volatilidade no mercado internacional e especulações sobre uma possível alta nos preços dos combustíveis.
Apesar da pausa esperada no ciclo de elevação, o BC reforçou que os juros devem permanecer em níveis elevados por um “período bastante prolongado” para assegurar a convergência da inflação à meta estabelecida pelo governo.
O mercado financeiro projeta que a taxa Selic só deve começar a recuar a partir de janeiro de 2026, o que reforça o ambiente de cautela e incertezas no curto e médio prazo.