Rádio Centro Oeste

“Não somos país pequeno”, diz Lula ao ao New York Times

Presidente reafirma soberania nas negociações e critica postura de Trump

Felipe Eduardo
Por Felipe Eduardo
30/07/2025, 18:12
Atualizado há 1 dia
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Lula diz que Brasil negociará como país soberano (Foto: Ricardo Stuckert/PR)Lula diz que Brasil negociará como país soberano (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A pouco menos de 48h da entrada em vigor das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ao jornal The New York Times que o Brasil negociará como um país soberano e não aceitará se envolver em uma nova Guerra Fria, desta vez entre EUA e China.

Lula declarou que o país seguirá vendendo para quem quiser comprar e criticou a tentativa de misturar política com comércio nas relações bilaterais. Durante a entrevista, o presidente brasileiro reforçou que não teme retaliações por críticas feitas a Donald Trump, mas se disse preocupado com os impactos econômicos e tecnológicos das tarifas.

“O Brasil não negociará como um país pequeno contra um país grande”, disse. Segundo o presidente, a diplomacia deve buscar o equilíbrio, sem submissão nem enfrentamento desnecessário.

Ao comentar a possibilidade de as tarifas estarem ligadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula foi enfático.

“Se for por isso, os consumidores dos dois países é que vão pagar a conta”. 

O presidente do brasil criticou ainda a falta de diálogo com Washington. Segundo ele, o Brasil tentou contato por meio do vice-presidente e de ministros, sem sucesso. O presidente espera que a “civilidade retorne” às relações entre os dois países.

“A resposta que recebemos foi o anúncio das tarifas no site do presidente Trump”, afirmou. 

A China, maior parceiro comercial do Brasil, manifestou apoio ao governo brasileiro e condenou as tarifas americanas. Segundo Pequim, está disposta a trabalhar junto ao Brasil para defender um comércio multilateral baseado em justiça e equilíbrio, centrado na OMC.

Lula finalizou dizendo que o Brasil não vai se deixar intimidar nem escolher lados em disputas entre potências

 “Tenho interesse em vender para quem quiser comprar de mim, para quem pagar mais”, concluiu.

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