Empresas de Pinhalzinho podem perder R$ 40 milhões com tarifaço dos EUA
Tarifas contra o Brasil entram em vigor dia seis de agosto

Um levantamento realizado pela Associação Empresarial de Pinhalzinho (ACIP), em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, revela que as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos terão um forte impacto nas empresas locais. A estimativa é de que o movimento econômico do município sofra uma retração de cerca de R$ 40 milhões, com a possível perda de até 100 postos de trabalho.
Os setores mais atingidos devem ser os de madeira, móveis e compensados, que têm nos EUA um dos seus principais mercados consumidores.
De acordo com um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Santa Catarina será o quarto estado mais afetado pelas medidas protecionistas anunciadas pelo governo de Donald Trump. As perdas estimadas para o estado giram em torno de R$ 1,7 bilhão.
Inicialmente, a entrada em vigor das tarifas estava prevista para o dia 1º de agosto, mas o governo americano antecipou a decisão: a aplicação efetiva será no dia 6 de agosto. Os únicos setores excluídos da nova tarifa são os de suco de laranja e aeronaves. Para os demais segmentos, as taxas protecionistas estão mantidas.
Na região, o setor agroindustrial também demonstra preocupação. A Aurora Coop, que exporta carne de aves e suínos aos EUA, teme os efeitos da mudança, já que o mercado americano é um dos que melhor remunera seus produtos.
No setor madeireiro e moveleiro, empresas especializadas no mercado norte-americano já estão em contato com representantes internacionais, buscando soluções para honrar os contratos vigentes. As maiores dificuldades envolvem cargas já embarcadas ou em fase de produção, cujos custos poderão subir abruptamente.
A estratégia do setor privado será apostar em negociações paralelas entre oferta e demanda, tentando ajustar preço e volume de entrega. No entanto, há a percepção de que vários contratos poderão ser inviabilizados pelas novas regras.