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R$15 Bi em Comprinhas: brasileiros batem recorde com encomendas internacionais

Volume financeiro mais que dobrou em relação a 2023; “taxa das blusinhas” ajudou a elevar arrecadação do governo para R$2,88 bilhões

Felipe Eduardo
Por Felipe Eduardo
20/06/2025, 17:48
Atualizado há cerca de 16 horas
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Gastos com encomendas internacionais batem recorde e chegam a R$15 bilhões em 2024 (Foto: Reprodução/Internet)Gastos com encomendas internacionais batem recorde e chegam a R$15 bilhões em 2024 (Foto: Reprodução/Internet)

Os brasileiros bateram um novo recorde de gastos com compras internacionais em 2024. Segundo dados divulgados pela Receita Federal, os consumidores desembolsaram quase R$15 bilhões em cerca de 190 milhões de encomendas vindas do exterior. O valor representa mais que o dobro do registrado em 2023, quando o total gasto foi de R$6,42 bilhões, mesmo com um número maior de pacotes — cerca de 210 milhões.

Um dos fatores que explica o aumento é a alta do dólar, que teve valorização média de 8% neste ano: passou de R$4,99, em 2023, para R$5,39 em 2024. No entanto, mesmo com o efeito cambial, o crescimento foi significativo em dólares: de US$1,28 bilhão para US$2,75 bilhões no mesmo período.

Esse crescimento no consumo internacional também refletiu diretamente na arrecadação federal. Em 2024, o governo recolheu R$2,88 bilhões em impostos e multas relacionados às remessas internacionais — um salto de 45% na comparação com o ano anterior, que somou R$1,98 bilhão.

Parte desse aumento foi impulsionado pela chamada “taxa das blusinhas”, implementada em agosto do ano passado. A medida passou a cobrar 20% de imposto de importação sobre compras de até US$50, valor que anteriormente era isento para empresas cadastradas no programa Remessa Conforme. Somente com essa nova taxação, a Receita arrecadou R$670 milhões entre agosto e dezembro.

Em nota, a Receita Federal informou que “o aumento da arrecadação vai ao encontro da criação do Programa Remessa Conforme e o estabelecimento, pelo Congresso Nacional, da tributação sobre todas as remessas, independentemente do valor da importação”. O valor ficou próximo da estimativa oficial, que previa R$700 milhões de incremento com a nova cobrança.

Além disso, também aumentou a arrecadação sobre encomendas acima de US$50, que seguem com uma alíquota de 60% de imposto de importação, reforçando o impacto da nova política fiscal sobre as compras internacionais.

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