Entram em vigor nesta sexta-feira, 1º de agosto, os novos percentuais de biocombustíveis misturados aos combustíveis fósseis no Brasil. A mudança, definida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no mês passado, altera a composição tanto da gasolina quanto do diesel vendidos nos postos.
A partir de agora, a gasolina passa a ter 30% de etanol em sua composição — antes o percentual era de 27%. Já o diesel contará com 15% de biodiesel, um ponto percentual a mais que os 14% anteriores.
Segundo o governo federal, o ajuste busca reduzir a dependência brasileira do petróleo importado, especialmente diante da instabilidade geopolítica no Oriente Médio, que pressiona os preços internacionais do petróleo e pode impactar diretamente o mercado nacional. A utilização de biocombustíveis, produzidos majoritariamente no Brasil, ajuda a suavizar essas oscilações e torna o país menos vulnerável a choques externos.
Além de estratégica, a medida tem viés ambiental, já que o etanol e o biodiesel poluem menos do que seus equivalentes fósseis.
No bolso do consumidor, os efeitos devem ser sentidos de maneira distinta. A gasolina pode apresentar uma leve redução de preço, estimada em até R$0,02 por litro, beneficiada pela alta oferta de etanol no pico da safra da cana-de-açúcar. Por outro lado, o diesel deve sofrer um pequeno aumento no valor, também de cerca de R$0,02 por litro, devido ao custo mais alto do biodiesel.
O impacto econômico se estende também à cadeia agroindustrial. Como o biodiesel é produzido a partir do óleo de soja, a ampliação da mistura deve gerar uma oferta adicional de cerca de 800 mil toneladas de farelo de soja.